O controle do milho voluntário é fundamental para evitar a disseminação de doenças como o enfezamento do milho. Seu principal vetor, a cigarrinha, se alimenta exclusivamente de milho, tornando crucial o controle de plantas voluntárias (tigueras) como estratégia-chave na prevenção.
O controle de milhos voluntários ou “tigueras” é essencial para prevenir a persistência e proliferação de Dalbulus maidis, o inseto vetor responsável pela transmissão de Spiroplasma e outras doenças no milho.
Na campanha anterior, observou-se um forte impacto dessa doença devido à expansão da cigarrinha para outras áreas produtivas, o que levou à necessidade de implementar medidas preventivas mais rigorosas.
Neste momento da campanha, começam a surgir escapes de milhos voluntários em talhões da região, o que alerta para a necessidade de manejar a situação a tempo e evitar consequências indesejáveis.
Neste artigo, revisamos as principais ferramentas de prevenção e as melhores estratégias de controle para lidar com esses milhos.
Vazio sanitário e monitoramento constante: os dois pilares do controle
O vazio sanitário entre cultivos é crucial para evitar que o milho voluntário atue como reservatório do vetor e dos patógenos. Recomenda-se manter a ausência total de milho durante o período de pousio, para eliminar as fontes de alimento e hospedagem da cigarrinha.
Portanto, realizar monitoramentos constantes dos talhões durante o pousio é a primeira medida preventiva, identificando precocemente a emergência de milhos voluntários e garantindo seu controle, seja por eliminação mecânica ou com herbicidas apropriados. É também importante monitorar a população de Dalbulus maidis nas bordas e em áreas com maior risco de reinfestação.
Especialistas em manejo de ervas daninhas e pragas destacam a importância de um vazio sanitário de 90 a 120 dias sem a presença de milhos voluntários antes do plantio da próxima campanha.
Isso visa eliminar as fontes de alimentação e reprodução do vetor, interrompendo o ciclo biológico de Dalbulus maidis e reduzindo a possibilidade de manter populações com altos níveis de infectividade.
A implementação de um período de vazio sanitário bem definido e respeitado regionalmente pode interromper o ciclo de vida da cigarrinha, reduzindo significativamente a transmissão de vírus e bactérias.
Herbicidas pós-emergentes, sim ou não? Como e quando?
O uso de herbicidas pós-emergentes específicos para o controle de milho voluntário que emergiu após a colheita geralmente é uma segunda ferramenta quando a “contaminação” do talhão é difícil de controlar manualmente. Portanto, monitorar constantemente os campos e eliminar as plantas detectadas é o primeiro passo. A implementação de práticas culturais de aração ou eliminação mecânica de milhos voluntários são a principal estratégia não invasiva, também aplicável em áreas onde o acesso a herbicidas específicos é limitado.
O uso de herbicidas no campo é uma prática comum e de controle relativamente rápido; no entanto, é aconselhável fazê-lo sempre sob estritas orientações de um consultor técnico ou especialista. Antes de definir a estratégia de controle, é importante conhecer a tecnologia do milho cultivado na campanha anterior no talhão, pois alguns híbridos possuem resistência/tolerância a herbicidas. Para SIMA, validar com um engenheiro agrônomo sobre o uso desses produtos é crucial para manter o sistema em equilíbrio, respeitando as instruções de rótulo, as doses para cada caso, conhecendo o histórico do talhão e seguindo as boas práticas.
Dos ensaios e da bibliografia técnica, é evidente a importância de aplicar herbicidas no momento adequado para evitar que o milho voluntário chegue a uma fase em que possa servir de hospedeiro para o vetor. Existem no mercado diversos herbicidas com potencial para o controle de milhos voluntários, que são ferramentas para manter o vazio sanitário e reduzir o risco de surtos de Spiroplasma.
O uso adequado desses herbicidas, conforme as recomendações das instituições de pesquisa, é essencial para garantir a erradicação dos milhos voluntários e evitar que se tornem “pontes verdes” para Dalbulus maidis.
Além disso, a plataforma da SIMA oferece numerosas ferramentas estratégicas, como o monitoramento que permite documentar off-line a descrição, fotos, protocolos e registro das adversidades – neste caso, dos milhos voluntários – com a possibilidade de georreferencia-las e complementar com fotos, vídeos, áudios e notas. Além disso, as ordens de trabalho são valiosas para rastrear off-line todas as ordens de aplicação, usando insumos já carregados no sistema de maneira prática e gerando um registro das atividades.
Essa forma de agricultura inteligente com SIMA permite padronizar dados, unificar critérios para toda a equipe de trabalho, gerar relatórios automaticamente, otimizando processos e facilitando as análises fornecidas pelo aplicativo. Fazer agricultura consciente é poder comparar resultados e melhorar os processos, simplificando todas as tarefas no campo.
Pensando no futuro, o planejamento agrícola e a rotação de culturas fazem a diferença.
Ter um plano claramente delineado com os cultivos que participarão da rotação anual faz parte da estratégia global para manter o sistema em equilíbrio e evitar “dores de cabeça”.
A combinação de todas as práticas preventivas permite garantir que não haja restos de milho no solo após a colheita, já que os restos de milho podem facilitar a emergência de milho voluntário e manter o vetor na área. Portanto, a rotação de culturas não apenas ajuda a controlar o milho voluntário em si, mas também quebra o ciclo de vida do inseto vetor, ao não oferecer alimento durante todo o ano, ou seja, pensar em incluir cultivos que não sejam hospedeiros de Dalbulus maidis é crucial.
Por fim, entre as recomendações gerais, inclui-se:
- Monitoramento permanente.
- Respeitar o vazio sanitário.
- Implementar um plano regional coordenado entre os produtores para garantir que todos adotem medidas de controle no mesmo período, otimizando o vazio sanitário e as práticas de manejo integrado.
- Rotacionar culturas.