Estima-se que o agronegócio tenha sofrido prejuízos de US$ 3,8 trilhões devido ao clima, como os efeitos das secas nos últimos 30 anos, de acordo com a FAO. As condições climáticas adversas, cada vez mais frequentes, têm se estabelecido como um dos principais desafios para os agricultores do século XXI. Diante desse cenário, torna-se imprescindível o desenvolvimento de estratégias e ferramentas de gestão que aumentem a resiliência no campo.
Clima em Transformação
A mudança do clima se caracteriza pelo aumento frequente e pela intensificação dos eventos climáticos extremos. Este cenário tem impactado de maneira significativa a agricultura, uma vez que esta é intrinsecamente dependente das condições do ambiente. De acordo com a FAO, a cadeia de produção de alimentos figura entre os setores mais afetados, o que suscita preocupações relevantes. Além de ser um pilar econômico fundamental, a segurança alimentar encontra-se vulnerável diante dessas circunstâncias. As alterações climáticas já estão em curso e afetam o Brasil de múltiplas formas, especialmente considerando suas dimensões continentais. Enquanto algumas regiões enfrentam elevação de temperatura, outras sofrem com aumento na precipitação ou a incidência de secas extremas.
Conforme dados do INPE, o número de dias com ondas de calor aumentou de 7 para 52 ao longo de 30 anos, acarretando danos consideráveis às culturas agrícolas, especialmente durante o período de plantio e germinação. No intervalo recente, de 2011 a 2020, foram identificadas de forma mais significativas anomalias no acumulado de precipitação. Houve uma redução na média de precipitação, variando entre –10% e –40% do Nordeste até o Sudeste. Já na região central do Brasil, foi registrado um aumento de 10% a 30%, na área que abrange os estados da região Sul, além de partes dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Estas variações, dificultam aos produtores locais o manejo usual ao modificar as condições tradicionais.
Projeções Meteorológicas: Expectativas para o Final de 2023 e Começo de 2024
A previsão para o trimestre de dezembro-janeiro-fevereiro de 2023/2024 aponta para uma distribuição de chuvas mais regularizada na parte central do país, com continuidade das chuvas intensas na Região Sul (indicadas em tons de azul – figura 1a). Já na Região Nordeste e parte da Região Norte, são esperados volumes abaixo da média histórica (tons em amarelo – figura 1a). Este cenário é influenciado pela tendência contínua do fenômeno climático El Niño, que tem impactado significativamente os padrões de precipitação na região.
O retorno gradual das chuvas em grande parte do Brasil Central tem sido crucial para a recuperação do armazenamento de água no solo, especialmente em áreas do norte de Mato Grosso e sul de Goiás. No geral, a umidade no solo será favorável para a semeadura e desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, com exceção de áreas no norte de Minas Gerais, Espírito Santo, noroeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, onde os níveis de umidade podem ser mais baixos.
Na Região Sul, é esperado que os níveis de água no solo permaneçam elevados, beneficiando as fases iniciais dos cultivos de primeira safra. Entretanto, o excesso de chuvas em algumas áreas pode causar saturação do solo, impactando a colheita dos cultivos de inverno e atrasando a semeadura dos cultivos de primeira safra.
A previsão também indica temperaturas acima da média em grande parte do país (tons em amarelo e laranja – figura 1b), especialmente no leste da Região Norte e na maior parte da Região Nordeste. Vale ressaltar que a ocorrência de dias consecutivos com chuva no oeste da Região Sul pode amenizar as temperaturas.
Figura 1: Previsão Climática sazonal por tercil (categorias abaixo da faixa normal, dentro da faixa normal e acima da faixa normal) para o trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro de 2023.
Fonte: CPTEC/INPE, INMET e FUNCEME (2023)
Desafios na Gestão do Campo Diante de um Clima Adverso
A gestão eficaz do campo tem se tornado cada vez mais desafiadora frente às incertezas climáticas emergentes. A volatilidade do clima gera dificuldades significativas para os agricultores, dificultando a previsão e a adaptação a condições climáticas extremas. A instabilidade nos padrões de chuvas e temperaturas demanda respostas rápidas e precisas por parte dos gestores agrícolas, uma tarefa cada vez mais árdua em um ambiente tão dinâmico.
Um dos grandes desafios enfrentados pelos agricultores é a identificação precoce de problemas fitossanitários. As variações climáticas influenciam diretamente a disseminação de pragas e doenças, tornando essencial uma abordagem proativa para evitar perdas nas plantações. A dificuldade na tomada de decisões estratégicas é outra questão premente; a incerteza climática impõe desafios na escolha dos momentos adequados para plantio, irrigação e colheita, afetando diretamente a eficiência e a produtividade no campo.
Além disso, a necessidade de acesso a informações precisas e em tempo real se torna evidente. Ferramentas tecnológicas que auxiliem na visão integrada nas condições climáticas, previsões meteorológicas detalhadas e monitoramento das condições atuais das áreas cultivadas se tornam aliadas indispensáveis na busca por uma gestão eficiente e adaptativa no campo. Ao integrar as informações, com dados precisos do talhão, é possível realizar uma gestão informada para uma agricultura mais resiliente.
A Solução da SIMA para Gestão Inteligente
Soluções digitais têm se mostrado grandes aliadas para aprimorar a eficiência das operações agrícolas frente às condições adversas do clima. Nesse contexto, o SIMA se sobressai ao oferecer um conjunto de ferramentas, que auxiliam nas dificuldades enfrentadas na gestão do campo, atendendo desde o produtor rural, ao segmento B2B.
A plataforma SIMA Earth, um lançamento recente, emprega tecnologias avançadas de georreferenciamento e integração de dados provenientes de satélites e observações de campo. Além disso, fornece informações climáticas detalhadas, incluindo a precipitação, temperatura e umidade de uma região específica, oferecendo previsões para os próximos 15 dias. O SIMA Earth está em constante aprimoramento, e está sendo desenvolvido alertas que indicam desvios climáticos significativos em relação às médias históricas.
Este cruzamento de dados de campo, climáticos e satelitais, viabiliza uma análise completa das condições de uma região específica, gerando insights valiosos. Esse nível de acompanhamento fornece aos gestores informações precisas e atualizadas, permitindo uma tomada de decisão embasada em dados concretos. O diferencial do SIMA reside em sua capacidade de antecipar padrões, identificar potenciais problemas fitossanitários e oferecer recomendações personalizadas. Isso confere uma vantagem estratégica, possibilitando a implementação rápida e eficiente de medidas preventivas e corretivas.
A integração de tecnologias como o SIMA, não apenas proporciona respostas imediatas aos desafios atuais, mas também representa um avanço significativo na construção de sistemas agrícolas mais resilientes e adaptáveis à mudança climática. A coleta e análise de dados integrada têm se revelado essenciais para a agricultura moderna. Essas informações precisas e em tempo real insights valiosos sobre condições climáticas, saúde das plantações, eficiência no uso de recursos e previsões de safras. A utilização de dados de forma inteligente, não apenas impulsiona a inovação, mas também contribui para a criação de práticas agrícolas mais eficazes e orientadas para o futuro.
Sobre – A SIMA é uma AgTech que surgiu em 2013 na Argentina com o objetivo de oferecer aos produtores uma plataforma simples, completa e inteligente para monitoramento, controle e análise de dados. Hoje a empresa está presente em 8 países da América Latina e possui mais de 7.5 milhões de hectares monitorados. Mais informações em: www.sima.ag/pt