O projeto piloto idealizado pela Bayer em parceria com a SIMA se demonstra promissor, e traz dados preciosos das maiores regiões cafeeiras do cerrado e triângulo mineiro, sobre a presença das pragas-chave bicho mineiro e broca do café.
De acordo com as projeções da Conab, a safra de café brasileira em 2023 está prevista para ter um crescimento significativo de 7,5%, após uma queda nos últimos dois anos. Estima-se que a colheita desta temporada alcance a marca de 54,74 milhões de sacas beneficiadas, recuperando parcialmente a queda abrupta de 2021.
Todavia, condições adversas atreladas ao desequilíbrio do clima têm propiciado a proliferação de pragas e doenças, trazendo preocupações aos produtores para este ano. No radar das adversidades, encontram-se principalmente a Broca-do-café (Hypothenemus hampei) e o Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), ambos alvos do projeto MIP Café.
O Bicho-mineiro, em casos de ataques mais severos, pode reduzir a produtividade de 50% em até 80%, ao eliminar as folhas do cafeeiro com suas larvas, reduzindo a capacidade fotossintética das plantas. Já a Broca-do-café tem impacto direto nos frutos, ao realizar a reprodução no interior dos mesmos, gerando prejuízos diretos nos grãos.
Sobre a versão piloto
O projeto visa informações georreferenciadas das pragas nos estados de maior produção cafeeira. Na versão piloto foi instalada uma rede de armadilhas, representando mais de 85% das áreas da cultura. Ao todo contabilizou-se mais de 683 unidades, distribuídas em 169 fazendas selecionadas nas regiões de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e São Paulo.
Foram mais de 1061 visitas de monitoramento, sendo que além do acompanhamento das pragas nas armadilhas, as plantas e os frutos também foram amostrados e avaliados. Os dados coletados em campo foram levantados através do aplicativo SIMA – MIP Café o qual foi desenvolvido especialmente para o projeto. Estes atuaram alimentando um banco de informações, possibilitando a geração de relatórios com informações estratégicas para otimizar o manejo das lavouras.
“Buscamos levar atendimento de qualidade e resultados com sustentabilidade do negócio, através de monitoramentos periódicos e recomendação de uso de nossas soluções no momento correto. Acreditamos que para o primeiro ano, conseguimos levar de fato esse olhar de monitoramento e uso racional e de alta performance, com excelentes resultados”, disse Rodrigo Silva, gerente de Field Marketing Café da Bayer
Dados que alertam e perspectivas
Em levantamento iniciado em ao final de 2022, constatou-se um aumento significativo na população da Broca-do-café no estado do Espírito Santo, com um pico na segunda quinzena de dezembro (2022), o qual culminou em cerca de 13% dos grãos brocados na colheita. A cada 10 armadilhas, em 8 foram constatadas a presença da praga. Em Minas Gerais, foi detectada em 9 de 10 armadilhas a presença do bicho-mineiro, ligando um sinal de alerta para os produtores da região.
Esses dados reforçam a importância do projeto MIP Café e sua relevância para a produção brasileira. A visão em relação a continuidade do projeto é possibilitar a utilização estratégica dos dados georreferenciados, trazendo aos produtores maior conhecimento destas adversidades em sua região. Deste modo, poderão implementar medidas mais eficientes. “O projeto MIP veio para trazer dados em tempo real para tomadas de decisões mais assertivas, tanto em uso de nossas tecnologias, como recomendação de um manejo integrado de pragas eficiente”, acrescentou Silva.
A facilidade da coleta dos dados e a geração de relatórios completos e acessíveis é o foco do projeto. Visando sempre integrar as informações, e criando uma rede robusta que possa repercutir diretamente em ganhos no campo. Ainda segundo o profissional da Bayer, o projeto tem potencial para ser expandido para outras regiões produtoras, ampliando assim o raio de armadilhas das pragas. “Para esse ciclo 2023/24, iremos expandir as áreas monitoradas, junto aos parceiros Bayer e clientes, buscando aumentar o alcance dessa ferramenta para a cafeicultura nacional”, reforçou.
Sobre – A SIMA é uma AgTech que surgiu em 2014 na Argentina com o objetivo de oferecer aos produtores uma plataforma simples, completa e inteligente para monitoramento, controle e análise de dados. Hoje a empresa está presente em 8 países da América Latina e possui mais de 6 milhões de hectares monitorados. Mais informações em: www.sima.ag/pt